Cid inibe parte do PSB e ganha espaço nacional
Ao investir contra a ideia de candidatura própria, o governador foi transformado em primeiro interlocutor
O governador Cid Gomes, nos últimos dias, tem cumprido uma agenda política no cenário nacional, senão estimulada, mas, com certeza, do agrado do Palácio do Planalto. Ele difunde a ideia de ser importante para o crescimento do seu partido, o PSB, continuar apoiando a reeleição da presidente Dilma Rousseff.
Com frequência, para conseguir o objetivo, Cid tem conversado com os governadores da agremiação, especialmente os postulantes a um segundo mandato, e várias outras lideranças estaduais, exceção, e por razões óbvias, do governador de Pernambuco e presidente da legenda, Eduardo Campos.
Presidente Dilma Rousseff e governador Cid Gomes trocando cumprimentos em evento realizado em Fortaleza, neste ano FOTO: LUCAS MENEZES
O diretório estadual do PSB cearense, comandado pelo próprio governador, ao reclamar da direção nacional da agremiação uma discussão, ainda agora em 2013, sobre se deva ou não o partido ter candidato próprio à sucessão presidencial no próximo ano, abriu o caminho para a sua mobilização em defesa do apoio a Dilma, e contra a candidatura própria defendida por alguns outros filiados. Há queixas e loas sobre essa sua atuação, mas os resultados até aqui obtidos têm-se mostrado positivo em relação ao objetivo traçado.
A direção nacional do PSB não se manifestou sobre a provocação do diretório cearense. E é provável que não o fará. O movimento dos que defendem a candidatura própria, contudo, dá mostras de ter sido abalado com a reação do Ceará e o consequente avanço do seu governador atingindo o topo da articulação sobre a sucessão presidencial, o que lhe permite ter, inclusive reunião reservada com a presidente, como a que aconteceu semana passada, antes de ele estar com o seu colega do Amapá, Camilo Capiberibe, a pretexto de assinar um convênio de cooperação entre os dois governos.
Prioridade
A avaliação do Governo da presidente Dilma e a força do PT têm facilitado o trabalho de Cid. Dividir um palanque estadual com a presidente e tendo o PT como aliado é o sonho de muitos candidatos a governador e daqueles com pretensões de eleger sucessores. Repetindo o projeto desenvolvido nas eleições municipais do ano passado, em 2014 também a prioridade do Partido dos Trabalhadores é reeleger a presidente Dilma e em razão disso haverá facilitação na formação das alianças, oportunidade de benefícios a algumas lideranças estaduais do próprio PSB, como experimentou na disputa municipal do ano passado.
Incluído na relação dos interlocutores privilegiados do Planalto, Cid Gomes fortalece, também, com esse movimento em defesa da reeleição da presidente, sua musculatura para eleger quem o sucederá no Palácio da Abolição. É natural que a política local, sob seu controle, também esteja contida no universo da eleição presidencial. Mas ele não dá espaço para discussão e isso provoca uma certa expectativa no grupo de pretendentes ao Governo do Estado da sua própria base aliada, em razão dessa sua posição nacional e a nebulosidade que o caso encerra.
Humores
Da relação em que se inclui Domingos Filho, Leônidas Cristino, Mauro Filho e Eunício Oliveira, só este não depende dos humores produzidos pelas investidas de Cid. Eunício tem a sua própria legenda, o PMDB, a quem comanda da base à cúpula e ainda reúne as condições econômicas necessárias a levar adiante uma postulação majoritária. Assim, ser candidato a governador do Ceará só depende dele.
Os demais não. Por isso, é possível até que para evitar qualquer possibilidade de risco, Cid tenha seus prováveis candidatos ao Governo, filiados, em outubro próximo, a partidos como o próprio PSB, o PSD e o PRB, guardando a certeza de ter o apoio do PT e dos demais apoiadores de Dilma, por orientação da presidente a qualquer nome escolhido para disputar o lugar por ele hoje ocupado.
Tanto o PSD quanto o PRB já asseguraram a Cid espaços para abrigo de seus liderados que necessitem de legenda para a disputa do próximo ano. No plano nacional, as duas legendas estão fechadas com a reeleição de Dilma. Kassab, o presidente nacional do PSD, partido ajudado por Cid para ser fundado no Ceará, recentemente, em Fortaleza, ratificou o seu compromisso de apoiar a reeleição da presidente, descartando, consequentemente, qualquer possibilidade de encampar a postulação de Aécio Neves ou de Eduardo Campos, duas outras lideranças políticas que colaboraram na formação da sua sigla em seus respectivos estados. A presidente Dilma foi informada, em todos os detalhes, dos compromissos assumidos por Kassab e Cid Gomes sobre as sucessões.
EDISON SILVAEDITOR DE POLÍTICA
O governador Cid Gomes, nos últimos dias, tem cumprido uma agenda política no cenário nacional, senão estimulada, mas, com certeza, do agrado do Palácio do Planalto. Ele difunde a ideia de ser importante para o crescimento do seu partido, o PSB, continuar apoiando a reeleição da presidente Dilma Rousseff.
Com frequência, para conseguir o objetivo, Cid tem conversado com os governadores da agremiação, especialmente os postulantes a um segundo mandato, e várias outras lideranças estaduais, exceção, e por razões óbvias, do governador de Pernambuco e presidente da legenda, Eduardo Campos.
Presidente Dilma Rousseff e governador Cid Gomes trocando cumprimentos em evento realizado em Fortaleza, neste ano FOTO: LUCAS MENEZESO diretório estadual do PSB cearense, comandado pelo próprio governador, ao reclamar da direção nacional da agremiação uma discussão, ainda agora em 2013, sobre se deva ou não o partido ter candidato próprio à sucessão presidencial no próximo ano, abriu o caminho para a sua mobilização em defesa do apoio a Dilma, e contra a candidatura própria defendida por alguns outros filiados. Há queixas e loas sobre essa sua atuação, mas os resultados até aqui obtidos têm-se mostrado positivo em relação ao objetivo traçado.
A direção nacional do PSB não se manifestou sobre a provocação do diretório cearense. E é provável que não o fará. O movimento dos que defendem a candidatura própria, contudo, dá mostras de ter sido abalado com a reação do Ceará e o consequente avanço do seu governador atingindo o topo da articulação sobre a sucessão presidencial, o que lhe permite ter, inclusive reunião reservada com a presidente, como a que aconteceu semana passada, antes de ele estar com o seu colega do Amapá, Camilo Capiberibe, a pretexto de assinar um convênio de cooperação entre os dois governos.
Prioridade
A avaliação do Governo da presidente Dilma e a força do PT têm facilitado o trabalho de Cid. Dividir um palanque estadual com a presidente e tendo o PT como aliado é o sonho de muitos candidatos a governador e daqueles com pretensões de eleger sucessores. Repetindo o projeto desenvolvido nas eleições municipais do ano passado, em 2014 também a prioridade do Partido dos Trabalhadores é reeleger a presidente Dilma e em razão disso haverá facilitação na formação das alianças, oportunidade de benefícios a algumas lideranças estaduais do próprio PSB, como experimentou na disputa municipal do ano passado.
Incluído na relação dos interlocutores privilegiados do Planalto, Cid Gomes fortalece, também, com esse movimento em defesa da reeleição da presidente, sua musculatura para eleger quem o sucederá no Palácio da Abolição. É natural que a política local, sob seu controle, também esteja contida no universo da eleição presidencial. Mas ele não dá espaço para discussão e isso provoca uma certa expectativa no grupo de pretendentes ao Governo do Estado da sua própria base aliada, em razão dessa sua posição nacional e a nebulosidade que o caso encerra.
Humores
Da relação em que se inclui Domingos Filho, Leônidas Cristino, Mauro Filho e Eunício Oliveira, só este não depende dos humores produzidos pelas investidas de Cid. Eunício tem a sua própria legenda, o PMDB, a quem comanda da base à cúpula e ainda reúne as condições econômicas necessárias a levar adiante uma postulação majoritária. Assim, ser candidato a governador do Ceará só depende dele.
Os demais não. Por isso, é possível até que para evitar qualquer possibilidade de risco, Cid tenha seus prováveis candidatos ao Governo, filiados, em outubro próximo, a partidos como o próprio PSB, o PSD e o PRB, guardando a certeza de ter o apoio do PT e dos demais apoiadores de Dilma, por orientação da presidente a qualquer nome escolhido para disputar o lugar por ele hoje ocupado.
Tanto o PSD quanto o PRB já asseguraram a Cid espaços para abrigo de seus liderados que necessitem de legenda para a disputa do próximo ano. No plano nacional, as duas legendas estão fechadas com a reeleição de Dilma. Kassab, o presidente nacional do PSD, partido ajudado por Cid para ser fundado no Ceará, recentemente, em Fortaleza, ratificou o seu compromisso de apoiar a reeleição da presidente, descartando, consequentemente, qualquer possibilidade de encampar a postulação de Aécio Neves ou de Eduardo Campos, duas outras lideranças políticas que colaboraram na formação da sua sigla em seus respectivos estados. A presidente Dilma foi informada, em todos os detalhes, dos compromissos assumidos por Kassab e Cid Gomes sobre as sucessões.
EDISON SILVAEDITOR DE POLÍTICA
